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- 25 outubro 2018
A luta contra a leucemia infantil
O diagnóstico de um câncer infantil afeta todo o sistema familiar. Mais de 96% dos pais e responsáveis por pequenos com leucemia – o câncer que afeta as células do sangue – relatam terem se sentido isolados após o diagnóstico. O câncer infantil apesenta grande impacto na saúde emocional e no bem-estar de familiares e das crianças. Nesse #Fevereiro_Laranja, abordaremos um pouco sobre o tema através de relatos dos pequenos.
POR QUE A LEUCEMIA ASSUSTA TANTO?
Esse tipo de câncer tem origem na medula óssea, a "gosminha" presente dentro dos ossos, conhecido popularmente como tutano. É ali onde são produzidas todas as células do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas). Todas essas células vêm de uma origem em comum, as famosas células-tronco hematopoiéticas, que através de um processo de maturação, tem a capacidade de formar quaisquer células sanguíneas.
Quando uma criança desenvolve leucemia, essas células se tornam anormais, não se maturam corretamente e não conseguem formar as células sanguíneas de forma correta. A medula e o sangue é tomado então pelas células "defeituosas", substituindo as saudáveis. Dessa forma, o organismo da criança torna-se incapaz de combater infecções, realizar a coagulação do sangue e a oxigenação dos órgãos é afetada.
"Minha mãe me fez descansar muito e não me deixou fazer coisas que eram muito barulhentas e selvagens" – Henrique.
A MELHOR PREVENÇÃO É ESTAR ATENTO AOS SINTOMAS
Nem sempre a leucemia apresentará sintomas nos estágios iniciais, que podem variar de uma criança para outra. Mas a melhor forma de prevenção ainda é estar atento aos sintomas. Notar tais mudanças nos pequenos é o que levará o médico a investigar a condição através de, primeiramente exames de sangue, e após, exames mais específicos.
FRAQUEZA E CANSAÇO
Como as hemácias, células responsáveis por levar o oxigênio do pulmão até todos os órgãos e tecidos do nosso corpo, se encontram "defeituosas" na leucemia, as crianças podem sentir muita fraqueza, cansaço, dores de cabeça, tontura e dificuldade para respirar. As atividades antes realizadas com facilidade, como caminhar da sala até o quarto, brincar com os amigos e assistir um filme se tornam difíceis. Esses sintomas também são frequentes durante o tratamento:
"Minhas pernas estavam exaustas e eu precisava de ajuda para chegar ao banheiro. Ir para a escola tem sido impossível - tenho problemas para prestar atenção ao que esta passando na TV." – Lucas.
"Às vezes meus amigos me ajudavam a limpar o meu quarto" – Carolina.
FEBRE E INFECÇÕES FREQUENTES
O organismo com leucemia não possui leucócitos saudáveis, ou seja, os glóbulos brancos, as células responsáveis por combater infecções e outras doenças. Por isso, um dos sintomas é a criança apresentar febre e adoecer facilmente.
SANGRAMENTOS
As plaquetas são como uma cola, que unem as hemácias quando há algum machucado ou corte na pele. Sabe aquelas casquinhas que se formavam quando você ralava o joelho quando era criança? É tudo graças às plaquetas! Sem elas, o corpo encontra dificuldade para realizar esse processo, a coagulação do sangue, e sangramentos pelo nariz e gengivas são frequentes. Também podem aparecer pontos vermelhos na pele, iguais a pintinhas (petéquias).
O APOIO FAMILIAR DURANTE O TRATAMENTO
Os pais ou responsáveis mais próximos da criança possuem um papel primordial durante o tratamento. Muitos pequenos, além de passarem pelas dores da doença e do tratamento, tem que enfrentar problemas emocionais e sociais. A principal queixa é na escola, onde as outras crianças podem se afastar e tirar sarro da situação, e o apoio dos pais se mostra essencial nesses momentos para que a criança não se sinta sozinha e isolada.
“O diretor da escola não me deixava usar boné, e as crianças estavam me dando muito trabalho. Meu pai acabou desenhando rostos na minha nuca e todos na escola acharam isso engraçado.” – Matheus.
Estar presente durante os procedimentos dos exames diagnósticos e tratamento também demonstrou ser de extrema importância para as crianças, que se sentem mais confiantes e seguras na presença dos pais.
“Eu seguro o polegar da minha mãe - muito forte, e isso faz doer menos. Ela também chega bem no meu ouvido e me lembra, em um sussurro alto, de RESPIRAR.” – Manuela.
O processo pode ser muito desgastante para pais, familiares e para a criança com leucemia. Por isso, durante toda essa jornada você pode contar com o apoio das nossas psicólogas aqui no Sermege, Psico. Marcela Nascimento, Psico. Damares Brandão e Psico. Letícia Isidio.
*Todos os nomes utilizados nesse texto são fictícios para preservar a identidade das crianças.
Sermege – Há 35 anos cuidando da sua saúde
Fonte:
– Hicks J, Bartholomew J, Ward-Smith P, Hutto CJ. Quality of life among childhood leukemia patients. J Pediatr Oncol Nurs. 2003 Jul-Aug;20(4):192-200.
– Children's Cancer and Leukaemia Group, The impact of childhood cancer on emotional health and wellbeing.
– A. C. Camargo Cancer Center, Leucemia Infantil.