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- 25 outubro 2018
Efeitos clínicos e psicológicos do excesso das telinhas para nossos filhos
O futuro é agora: a "babá eletrônica" já existe! Ao sair para comer, na ida ao mercado ou ao preparar o almoço, o uso das telinhas é a principal alternativa dos pais para conseguirem entreter e acalmar as crianças, principalmente as mais pequenas. Elas parecem ficar hipnotizadas com os desenhos coloridos, músicas animadas e joguinhos divertidos. E não é de surpreender que, desde tenra idade, já sabem manipular celulares, computadores, tablets e videogames com mais facilidade do que muitos adultos.
No entanto, alguns perigos se encontram escondidos por trás das telas. Entre eles, estão malefícios físicos e psicológicos para os pequenos.
O TERROR DAS TELINHAS
Como você se lembra da sua própria infância? Brincar na rua com os vizinhos, pega-pega, pique-esconde e diversos jogos de tabuleiro faziam a alegria da molecada. Agora, o cenário é diferente. Tanto para as crianças pequenas quanto para as maiores, a diversão é online. Os jogos de celular e computador, o desenho passando na televisão e os filmes na plataforma de streaming ao alcance de um clique se tornaram muito mais atrativos. E o que todas essas atividades tem em comum? As crianças passam horas e mais horas sentados contemplando uma tela.
Através de entrevistas com pais e responsáveis, estima-se que as crianças passem cerca de 8h por dia realizando atividades dessa categoria. Porém, além dos benefícios de entretenimento, passar tanto tempo fora do contato com a vida real, especialmente durante a fase mais importante do desenvolvimento do ser humano, a infância, pode ser perigoso. Estudos associam o excesso de uso de celulares, computadores e televisão por crianças a:
- Baixo desenvolvimento físico e de habilidades cognitivas;
- Aumento do risco de obesidade;
- Distúrbios do sono;
- Depressão e ansiedade.
Afunilando o estudo a apenas TV, crianças com aparelhos de televisão dentro do próprio quarto apresentam mais chances de desenvolver obesidade, tem maus hábitos de sono e mais riscos de estarem expostos a conteúdos sexuais impróprios. Os bebês também foram estudados, e o excesso de TV dos 6 aos 18 meses de vida os deixou mais agressivos. No geral, as crianças apresentam mais crises de dores de cabeça, menos força muscular, aumentam seu consumo de doces e alimentos calóricos (risco para a obesidade), tem mais dificuldade para dormir e dormem menos, demoram mais para aprender a falar, e têm um menor rendimento escolar.
ASSUMA O CONTROLE
Segundo a Academia Americana de Pediatria (AAP) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o ideal é que crianças menores de 2 anos NÃO USEM aparelhos eletrônicos. Acima dos 2 anos, o tempo de uso deve ser restrito a 2h diárias. E isso vale para as crianças até os 12 anos. Mas a medida que crescem, controlar o uso fica cada dia mais complicado, não é mesmo? Até mesmo devido aos deveres escolares. Por isso, com os maiorzinhos o diálogo é fundamental para criar uma rotina de uso que tenha equilíbrio entre telinhas e atividades físicas. Aqui, os estudos também tiveram resultados interessantes: crianças cujos pais controlam o tempo de uso de dispositivos eletrônicos são mais propensas a realizar atividades físicas e ler livros.
Para os pequenos, há também uma sugestão: a VIZUALIZAÇÃO CONJUNTA. Ao invés de deixá-los assistindo um desenho sozinhos, faça disso uma oportunidade de atividade familiar. Crianças em idade pré-escolar que assistiram "Barney e seus amigos" acompanhadas de um adulto, aprenderam mais palavras novas do que as que foram deixadas assistindo sozinhas. Isso pois a prática estimula o diálogo entre pais e crianças.
E MAIS: aqui no Sermege você pode contar com as nossas excelentes pediatras, Drª Tâmara Liborio e Drª Tereza Vieira, para acompanhar de perto o desenvolvimento do seu filho.
Sermege – Há 35 anos cuidando da sua saúde
Fonte:
– Domingues-Montanari S. (2017). Clinical and psychological effects of excessive screen time on children. Journal of paediatrics and child health, 53(4), 333–338.