NOTÍCIAS
Acompanhe as novidades.
- 25 outubro 2018
Pessoas que ficam ameaçando suicídio não se matam #fatooufake
"Cachorro que ladra, não morde?" O ditado pode até ser popular, mas a sua mensagem nunca deve ser generalizada. Principalmente se tratando de um assunto tão delicado, como a saúde mental de uma pessoa. Esse é um dos principais mitos sobre o suicídio, e a sua desinformação pode colocar em risco alguém que você ama.
O QUE É CONSIDERADO SUICÍDIO?
É definido como um ato pensado e analisado, feito pela própria pessoa, com a intenção consciente de se matar, através de algum meio que ela veja como letal. Acidentes sob o uso de entorpecentes, por exemplo, não se enquadram nessa categoria. Dessa forma, o comportamento suicida engloba: os pensamentos, os planos e a tentativa.
A cada 40 segundos uma pessoa tira a própria vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas em 2016 foram 793.000 casos no mundo todo, estando no top 3 de doenças que mais matam pessoas com idade entre 15 e 35 anos. Olhando para a população brasileira, em um grupo de 10 pessoas, 2 já pensaram em se suicidar.
QUAIS SÃO OS 5 MAIORES MITOS? #FATO ou #FAKE
1) Pessoas que ficam ameaçando suicídio não se matam, querem apenas chamar a atenção? #FAKE
Não é verdade, pois a maioria das pessoas que se suicidaram deram avisos sobre sua intenção, através de sinais, da fala e tentativas anteriores.
2) Todas as pessoas que tem o desejo de se matar, realmente o farão? #FAKE
Não é tão simples, a maior parte das pessoas com comportamento suicida possui pensamentos e sentimentos ambivalentes. Em outras palavras, há uma confusão entre o desejo de se matar e a vontade de viver, pois a vontade real é de colocar um fim à dor, ao sofrimento, aos problemas.
3) Existem suicídios que não podem ser prevenidos. #FATO
É muito difícil encontrar sinais em alguns casos, mas a maioria pode sim ser prevenido.
4) Suicídios podem ocorrer em períodos de melhora. #FATO
A pessoa pode usar da melhora de humor, após um período de crise, para cometer suicídio por ter um aumento de energia e conseguir executar os planos auto-destrutivos. Em alguns casos, sentimentos de "alívio" e tranquilidade podem surgir justamente pois a pessoa tomou a decisão de tirar a própria vida.
5) Após uma tentativa, a pessoa será suicida para sempre. #FAKE
O comportamento suicida pode retornar, mas não são permanentes. Com o acompanhamento médico e psicológico correto, é possível que nunca mais retornem.
SAIBA COMO IDENTIFICAR E AJUDAR NA PREVENÇÃO
Os sinais de uma pessoa depressiva ou suicida podem ser sutis, mas geralmente apresentam comportamentos retraídos, dificuldade de se relacionar com amigos e a família, ansiedade, mudança na personalidade, pessimismo, apatia (desinteresse e indiferença), mudança nos hábitos alimentares e de sono, sentimento de culpa, solidão, impotência, sentir-se sem valor e se odiar. Essas pessoas podem até mesmo começar a falar sobre morte e suicídio, escrever cartas de despedida, organizar documentos e fazer um testamento. Momentos difíceis na vida da pessoa como a morte de um ente querido, perda do emprego ou separação de um casamento também podem desencadear o comportamento suicida.
Para prevenir, é essencial reconhecer os fatores de risco, para que seja possível aplicar medidas que reduzam esses fatores.
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO?
Podemos categorizar os fatores de risco em 4 grupos: doenças mentais, aspectos sociais, aspectos psicológicos e condições de saúde limitantes. Desse modo, percebemos que o comportamento suicida não depende de apenas uma área, mas sim da associação entre vários aspectos da vida.
- Doenças mentais: depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, transtornos mentais associados ao uso de álcool;
- Aspectos sociais: homens, entre 15 e 30 anos ou acima de 65 anos, sem filhos, moradores da área urbana, desempregados, aposentados, solteiros, separados, viúvos, indígenas, adolescentes e moradores de rua. O isolamento social também é um dos aspectos sociais, então durante a quarentena o cuidado deve ser redobrado;
- Aspectos psicológicos: desesperança, dificuldade de adaptação, perdas recentes, personalidade impulsiva ou agressiva, ter sofrido abusos na infância;
- Condições de saúde limitantes: dor crônica, doenças incapacitantes, AIDS e câncer.
ALÉM DO PSICÓLOGO E PSIQUIATRA, O NEUROLOGISTA TAMBÉM PODE AJUDAR
Entre os principais fatores de risco associados ao comportamento suicida, na categoria de condições de saúde limitantes, também estão as doenças NEUROLÓGICAS: epilepsia, trauma medular, trauma craniano e o AVC (acidente vascular cerebral), Parkinson e Hungtinton. Na epilepsia, os riscos aumentam devido a impulsividade e agressividade decorrente da doença. Já nos traumas, quanto mais graves as lesões, mais aumentam os riscos de suicídio. O tratamento ou controle dos sintomas, nesses casos, é fundamental para garantir uma melhor qualidade de vida e saúde mental.
Esse texto foi útil para te ajudar a identificar alguém que pode estar passando por um período difícil? Conte com a ajuda do Sermege! Temos um excelente neurologista disponível, o Dr. Davi Aguiar, e várias psicólogas a disposição: Psi. Marcela Nascimento, Psi. Damares Brandão e Psi. Letícia Isídio.
Sermege – Há 35 anos cuidando da sua saúde
Fonte:
– Prevenção do Suicídio, um manual para profissionais da saúde em atenção primária (2000). Organização Mundial da Saúde.
– Suicídio: Informando Para Prevenir (2014). Associação Brasileira de Psiquiatria e Conselho Federal de Medicina).